Dentre as celebrações do mês da Luta Antimanicomial, aconteceu a III Feira de Saúde Mental e Economia Solidária que no dia 29 de maio, na Escola de Enfermagem da USP.
O evento foi organizado pela Rede de Saúde Mental e Economia Solidária e reuniu pessoas de diversos CAPS, CECCOS, associações e outras entidades totalizando 48 projetos, de 18 municípios do estado de São Paulo. A Feira durou 4h30 e contou com a presença de cerca de 500 pessoas, que fizeram circular Q$ 7.500,00 ( Qualquer que é equivalente ao Real).
Na III Feira, um dos delegados à II Conferência Nacional de ECOSOL, Carlos do CAPS Lapa, leu a Carta dos Projetos/ Empreendimentos da Saúde Mental. A Carta revoga o fomento aos Projetos de Empreendimentos de Trabalho; desenvolvimento de ações de formação e capacitação; comercialização de produtos, além da regulamentação das Cooperativas Sociais. “Recentemente, estivemos em Brasília, na Conferência Temática de Cooperativismo Social, cobrando do governo federal as propostas que levamos durante a Marcha dos Usuários”, informou Leonardo Pinho, assessor técnico da Rede de Saúde Mental e ECOSOL, em relação a militância da entidade na tentativa de conseguir a regulamentação.
O trabalho não maquínico e o aproveitamento do potencial de cada indivíduo são os principais objetivos do evento. Segundo Raquel Castro, usuária do CAPS Diadema e militante do movimento da Luta Antimanicomial; “A Feira vem para humanizar pessoas que foram excluídas. Não é porque somos diferentes que nos tornamos inúteis. Além da prática do trabalho, oferece um ambiente leve e divertido, com boa música e pessoas alegres”.
A Feira de Saúde Mental e Economia Solidária teve sua 1ª edição no mesmo mês do ano passado e conseguiu estabelecer dois eventos por ano. “A III Feira mostrou o crescimento dos projetos/empreendimentos de trabalho que buscam se organizar coletivamente para superar as limitações e ampliar suas possibilidades”, disse Leonardo. E sobre a forma alternativa de trabalho que é praticada no projeto ele completa: “Se o usuário está em uma atividade de trabalho, o mesmo deve ser visto como um trabalhador que deve lutar para garantir e ampliar seus direitos sociais e econômicos”.
A próxima Feira ocorrerá no segundo semestre e a expectativa da Rede é de crescimento e mais visibilidade: “A minha perspectiva é que a IV Feira possa ampliar sua dimensão, organizando uma programação cultural com maior apelo de público, para que possamos levar para mais pessoas os valores, princípios e idéias da Luta Antimanicomial e da Economia Solidária”, disse o assessor técnico.
Por Rafaela Uchoa
*** Em breve disponibilizaremos a cobertura visual do evento.
Por Cecília de Oliveira